Preciso Calibrar meus Equipamentos de avaliação ambiental todo ano?
- Victor Costa
- 25 de nov. de 2014
- 3 min de leitura
As normas ABNT NBR ISO 10012:2004 (Sistemas de gestão de medição - Requisitos para os processos de medição e equipamentos de medição) e ABNT NBR ISO/IEC 17025:2006 (Requisitos gerais para a competência de laboratórios de ensaio e calibração) não definem periodicidade de calibração, sendo facultado ao usuário definir em procedimento a metodologia utilizada para definição desta periodicidade.
Os intervalos de calibração devem ser estabelecidos com base na estabilidade, propósito e condições de uso do equipamento ou padrão, devem ser reduzidos em função dos resultados de calibrações prévias que demonstrem sistematicamente a condição de não conformidade do equipamento padrão ou devem ser ampliados somente se os resultados de calibrações anteriores demonstrarem inequivocamente que tal ação não afetará a confiança na manutenção da exatidão do equipamento ou padrão.
Apesar de fabricantes recomendarem a calibração anual, a freqüência da calibração deve ser estabelecida em um procedimento, sendo o critério escolhido por meio de uma série de fatores, tais como:
Análise da tendência conforme os dados das calibrações anteriores;
Histórico de uso e manutenções;
Comparação com a periodicidade de equipamentos similares;
Exatidão da medida.
Vale salientar que geralmente os fabricantes dão garantia sobre o instrumento de 12 (doze) meses não se responsabilizando por possíveis falhas dos resultados apresentados pelos instrumentos, a partir desta data, recomendando por isso a calibração anual.
Sendo assim é fundamental que a empresa prestadora de serviço apresente procedimento específico e metodologia para determinar a periodicidade dos seus equipamentos, assim como análise crítica dos resultados de calibração e acompanhamento periódico da manutenção de seus equipamentos.
Outro ponto a se destacar também é a importância das calibrações anterior e posterior para algumas avaliaçãoes, por exemplo com o audiodosimetro e com bombas gavimétricas, além de serem exigidas pelas Normas de Higiene Ocupacional (NHO), garantem a validação da amostra em função da ausência de desvio significativo.
Como por exemplo o acompanhamento da taxa de incerteza do equipamento desde sua calibração inicial. Caso a mesma se mantenha dentro da faixa de tolerância especificada pelo fabricante e apresente apenas variação gradual compatível com o tempo de uso do equipamento, não há necessidade de se alterar a periodicidade. Vale destacar também que alguns métodos permitiem a dilação do prazo de calibração em função dos cálculos realizados.

Seguem elencados alguns dos métodos propostos para a definição dos intervalos de calibração.
MÉTODOS PARA ANÁLISE CRÍTICA DOS INTERVALOS DE COMPROVAÇÃO
Um sistema que mantém intervalos de comprovação sem análise crítica, determinados tão somente pela intuição técnica, não é considerado suficientemente confiável, sendo necessária a definição de uma metodologia para análise crítica dos intervalos de calibração.
MÉTODO DO AJUSTE AUTOMÁTICO
Cada vez que um equipamento é comprovado de forma rotineira, o intervalo subsequente pode ser estendido, caso seja considerado dentro dos limites de tolerância, ou reduzido, se estiver fora destes
limites.
MÉTODO DO GRÁFICO DE CONTROLE
São escolhidos os mesmos pontos de calibração de cada comprovação e os resultados são levados a um gráfico em função do tempo. A partir do gráfico são analisadas as dispersões e conforme o resultados das mesmas faz-se a mudança no intervalo de comprovação.
MÉTODO DO TEMPO DE USO
Este método é uma variação dos métodos anteriores. O método básico permanece inalterado, mas o intervalo de comprovação é expresso em horas de uso em vez de meses decorridos.
DOCUMENTOS DE REFERÊNCIA
ABNT NBR ISO 10012:2004
ABNT NBR ISO/IEC 17025:2006
ABNT NBR ISO/IEC 17000:2005
ABNT NBR ISO 9000:2005
Portaria INMETRO n.º 29, de 10 de março de 1995
Periodicidade de Calibração de Transdutores de Acústica e Vibração – Revista do INMETRO, Regazzi, Rogério Dias, 1996.
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