FOI MESMO UM ACIDENTE?
- Mário Sobral
- 19 de mai. de 2017
- 3 min de leitura

Olá amigo prevencionista,
Temos mais uma vez uma participação mais que especial em nosso Blog.
Nosso amigo Mario Sobral! Não acredita?
Ele mesmo! O Cara do Jornal Segurito, do Segurito em Cast e do SST é o Canal, junto com o amigo Nestor Waldhelm Neto.
O meu amigo Victor Costa já deve ter deitado de tanto esperar o meu texto, porque de esperar sentado ele já deve estar cansando, mas antes tarde do que mais tarde. Além disso, eu não queria maltratar os leitores com qualquer texto, pensei em preparar um material diferenciado, com muita informação, impossível de não ser lido, mas como o tempo é curto vamos ver se nos viramos como que eu preparei mesmo.
Pô, professor, assim o senhor até desestimula!
Tenha fé, meu filho, e continue a leitura. Pelo menos é melhor do que ficar no Facebook ou no WhatsApp.
E sobre o que mesmo, o senhor vai escrever?
Você já parou para pensar o que significa a palavra acidente?
Já vi muita definição sim, mas fale aí o que o senhor está pensando.
Se formos pegar um dicionário (ok, você também pode correr no Google!) alguns dos verbetes desta palavra serão os seguintes: acontecimento casual, fortuito, inesperado.
Percebe que quando falamos de acidente do trabalho tem algo que não bate? Digo isso por acreditar que boa parte dos acidentes são mais que esperados.
Como assim, professor? Já trabalhei em empresa em que aconteceram acidentes e eu não estava esperando não.

Ok, meu filho! O que quero dizer é que após uma boa análise percebe-se que não era impossível ter evitado.
Ahhh, professor!!! Mas tem trabalhador que é cabeça dura, que não quer usar o EPI, que não segue o procedimento, que mete o dedo aonde não devia.
Sei que tem muito trabalhador que não é santo, mas sempre precisamos lembrar do artigo da CLT que fala sobre o “cumprir e fazer cumprir as normas de segurança”. Quando o trabalhador não segue as normas, precisamos ter mecanismos para identificar e corrigir a situação.
Professor, eu sou apenas um, como vou estar em todos os lugares?
Um dos problemas é esse mesmo, pois já está errado o resto da empresa acreditar. Mas pior é quando o próprio profissional de segurança do trabalho acredita que esta é uma obrigação exclusiva dele.
Lembra daquela frase batida: Segurança é responsabilidade de todos. Pois bem, é batida mas continua corretíssima.
Além disso, sempre falo para os meus alunos que todo mundo tem algum minuto de“leseira”. Por exemplo, você nunca procurou um óculos que já estava no seu rosto ou guardou algo na geladeira que era para pôr no armário? Pois bem, o que impede de o trabalhador ter o seu momento de “leseira”durante o trabalho e sofrer o acidente?
Professor, será preciso máquinas, processos e tudo mais tão seguro que proteja o trabalhador deste segundo de “leseira”.
Exatamente, mas para isso é preciso investimento.
Mas antes de concluir, deixa eu voltar para a definição de acidente e aproveitar para lhe fazer uma pergunta: Se é algo fortuito e inesperado, quando acontece por um motivo previsível, ainda posso considerar um acidente?
Entendi o recado, mas tem como evitar?
Teoricamente, sim. Mas o evitar está relacionado diretamente ao conhecimento sobre a situação de perigo, além da capacidade de gestão da empresa em relação à Saúde e Segurança dos Trabalhadores.
Mas depois que ocorre precisamos saber como aconteceu, como implantar controles para evitar que ocorra novamente e como avaliar se este controle foi adequado. Em paralelo, para conseguir os recursos necessários para corrigir o problema é preciso que o profissional seja capaz de demonstrar para a empresa o quanto ela está perdendo com este tipo de ocorrência.
Mário Sobral Jr
Pensei em ser jogador de futebol, padre, médico e acabei me formando em Engenheiro. Mas pode ter certeza que quando tenho que preencher a profissão no cadastro do hotel, escrevo com orgulho que sou professor.
Mas para ser professor me formei em Engenharia Civil, fiz Especialização em Engenharia de Segurança do Trabalho, Especialização em Higiene Ocupacional, Especialização em Ergonomia e Mestrado em Engenharia de Produção.
Em 2004, comecei a trabalhar, ou melhor, a me divertir como professor do IFAM e estou lá até hoje. E para a brincadeira ficar melhor criei o Jornal Segurito, o Segurito em Cast e junto com o amigo Nestor Waldhelm Neto, o SST é o Canal.
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